CATÁSTROFES

By 20 de outubro de 2021 TEPT

CATÁSTROFES

Por José Paulo Fiks

O britânico Niall Ferguson é um historiador acadêmico que tem uma longa jornada de publicações voltadas ao grande público.

Seu último livro, Catástrofe: uma história dos desastres – das guerras às pandemias – e o nosso fracasso em aprender como lidar com eles (ED. Planeta, 2021) se debruça sobre a atual catástrofe provocada pela COVID-19.

Ferguson defende a ideia que embora a morte seja absolutamente presente em nossa cultura aprendemos a negá-la pelas promessas de uma longevidade. Assim, a cada previsão científica de uma nova catástrofe, esta passa a ser desconsiderada e negada pela maioria das populações.

Ignorar possibilidades de terremotos em falhas geológicas, de conflitos armados anunciados pelo fracasso da política e pandemias pela enorme e fácil mobilidade humana são dos itens mais negligenciados e enumerados pelo autor.

Mas há esperança: a organização humana – agora facilitada pelas redes sociais – pode ser uma arma fundamental, embora igualmente perigosa pela facilidade em se disseminar notícias falsas. O ideal é um aperfeiçoamento da colaboração internacional.

A COVID-19 é um bom exemplo do fracasso inicial para impedir a disseminação do vírus: minimização da letalidade do agente, demora para tomar providências quanto à propagação do novo coronavírus e medidas muito diversas entre os países, o que que criou uma competição nada saudável, em hora errada.

A salvação atual novamente vem das ciências biológicas, especialmente através do rápido desenvolvimento de novas vacinas, aí sim um sinal claro que a melhor organização da cooperação internacional ainda é a forma de trazer melhores resultados para a continuação da humanidade.

Resumindo Niall Ferguson propõe que, no campo das catástrofes a melhor maneira de preveni-las e/ou combate-las é a criação de uma rede “anti-fragilidade”, ou de resiliência. Isso envolve fundamentalmente a política e lideranças das sociedades.