TERROR, SEQUESTRO E TRAUMAS DE GUERRA:
Por José Paulo Fiks
A disputa entre judeus e palestinos acontece desde a criação do estado de Israel em 1948.
São tantos eventos históricos e tantos sobressaltos bélicos que é melhor ficarmos nos acontecimentos atuais.
Há quatro dias Israel foi sacudida por ataques terroristas, massacres sem precedentes realizados pelo Hamas, grupo terrorista que controla a faixa de Gaza, terra onde se concentra parte do povo palestino.
As próximas pesquisas epidemiológicas em saúde mental para moradores desta região do Oriente Médio deverão evidenciar grande aumento quadros traumáticos agudos, Transtornos de Estresse Pós-Traumático (TEPT), lutos traumáticos, lutos prolongados, além de comorbidades como depressão, transtornos de ansiedade, insônia crônica, abuso de álcool e outras drogas.
Trata-se de uma barbárie, o ápice em uma escala de violência, estado que impera a vontade de destruir.
Com o Hamas não há conversa, não há possibilidade de acordo. O que este grupo quer é a extinção de Israel como solo dos judeus.
Como toda a “filosofia” do terrorista, sua intenção é sempre impor o poder à força, dominar, humilhar e causar medo em suas vítimas. O terrorista desconsidera o avanço da história, odeia a diversidade étnica, cultural e religiosa.
O Hamas já conseguiu isso através de uma complexa ação de ataque, o que incluiu o sequestro de 130 pessoas, em sua maioria de cidadãos israelenses.
Assim temos uma situação de duplo potencial traumático para o povo de Israel e da faixa de Gaza: ataques que ficarão da memória, que roubarão o sono de muitos e os sequestros ainda em andamento. Israel é particularmente vulnerável a sequestros prolongados de seus cidadãos, o que costuma trazer um estado de grande comoção nacional.
Atos terroristas não são “coisa de doidos”. São elaboradas por meses, às vezes anos, exigem tática especializada e muito dinheiro.
Historicamente a maior parte das vítimas do terrorista islâmico é o próprio povo islâmico. É isto que acontecerá com a inevitável retaliação por parte de Israel, possivelmente com a ajuda de boa parte do mundo.
Assim, saem traumatizados os cidadãos israelenses e ficarão traumatizados também os cidadãos da faixa de Gaza.
A busca pela saúde mental deve ser regida pelo humanismo. O desprezo pelo processo civilizador, de justiça social e de coexistência possível será a grande marca deste novo e dramático evento mundial.
Pelos danos causados ao psiquismo não há qualquer causa defensável através do terrorismo.
Foto: Freepik
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