Adolescência

By 28 de março de 2025 TEPT

Adolescência

por Juliana Wierman

Nas últimas semanas a estreia de “Adolescência”, minissérie da Netflix, chamou a atenção do público e provocou reflexões. Com a temática de um crime cometido por um adolescente, a série traz, dentre outras questões, a importância de pensarmos o impacto da violência em sua complexidade.

Um dos temas possíveis para pensarmos é o bullying e cyberbullying: as mensagens e memes ficam marcados, não mais circunscritos à ocasião ao vivo no ambiente escolar, mas perpetuadas num sem-fim de tempo e espaço. As redes sociais com conteúdos explícitos que incitam violência, influenciam a ideia de masculinidade, com algoritmos voltados para isso.

Os pais sentiam que o filho estava seguro ao estar “sozinho” em seu quarto. Podemos pensar o vínculo e a abertura ao diálogo como proteção às exposições que, cada vez mais, as crianças e adolescentes estão suscetíveis.

É importante destacar que o bullying não é um fenômeno diádico, entre vítima e agressor. O papel do espectador é essencial para a manutenção ou interrupção da violência no ambiente. Esses papéis são fluídos: sofrer o bullying não deve ser justificativa para posteriormente tornar-se agressor, e nem tampouco perpetuar o bullying deve ser argumento culpabilizador para sofrer outras violências como retaliação.

Diante de tudo isso, como não cair na impotência? Apostar na potência da presença, no vínculo, continência e firmeza de limites. Quando proibir o uso das telas e acesso às mídias sociais já não é viável, assistir juntos e favorecer o pensamento crítico ao conteúdo que recebem na internet é uma boa opção.

 

Foto: Divulgação/Netflix
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