Depressão: é necessário manter a esperança no tratamento
Por Andrea Feijó de Mello
Este sábado o Prof Allan Young, chefe do setor de transtornos do humor do Department of Psychological Medicine do Institute of Psychiatry, Psychology and Neuroscience no King’s College London deu uma palestra muito interessante sobre o que ele chama de Depressão de Difícil Tratamento.
O estigma da depressão é muito grande e aqueles que não melhoram com o uso de antidepressivos, ou que tem muitos sintomas residuais que atrapalham sua funcionalidade, acabam sendo chamados refratários ou resistentes ao tratamento.
A importante colocação é que isto acaba tirando a esperança de melhora e que esta é um importante fator para aliança terapêutica e adesão. Assim o termo de difícil tratamento ao invés de refratário não usa o termo que leva diretamente a uma ideia de que não há melhora.
A depressão pode sim requisitar mais de uma medicação, psicoterapia associada, ou até eletroconvulsoterapia, ainda alguns recentemente disponíveis tratamentos como cetamina e estimulação magnética transcraniana intensiva, ou ainda outros mais sofisticados e menos acessíveis em nosso país, como implante cerebral profundo ou estimulação do nervo vago.
Na grande maioria dos casos um médico clínico com bom preparo conduzirá bem o tratamento, no entanto, é essencial em casos mais complexos a atenção de um psiquiatra que poderá sim manejar os sintomas para restituir a funcionalidade do paciente.