SEXO, GÊNERO POPULAÇÃO LGBTQIA+ E O TEPT
Por José Paulo Fiks
Neste mês de março o PROVE/UNIFESP e o Diretório Científico Albert Einstein realizaram um evento para discutir os achados mais recentes em tratamentos do trauma ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) com dados que envolvem sexo e gênero.
A maior parte dos artigos científicos sobre este tema ainda se debruça sobre o conceito de sexo como determinante biológico.
Comparativamente ainda há poucos estudos sobre elementos pertinentes ao TEPT no campo da diversidade sexual, especialmente em identidade de gênero e orientação sexual.
Mas alguns dados já são conhecidos.
Estatisticamente membros da comunidade LGBTQIA+ experimentam mais ataques, assédios, abusos e importunações sexuais.
Mulheres de minoria sexual são mais impactadas por experiências traumáticas, especialmente as de violência sexual por uma vulnerabilidade prévia, sobretudo a percepção de não pertencimento.
Pensando nisso, a respeitada ISTSS (International Society for Traumatic Stress Studies) lançou algumas diretrizes (links abaixo) contendo abordagens na área da diversidade sexual.
A maior concentração de quadros patológicos nos LGBTQIA+ são decorrentes de manifestações de ódio. Para isso a ISTSS propõe um gradual que vai da discriminação, passando pelo discurso de ódio, até os crimes de ódio.
Um olhar cultural na abordagem de cada caso também é obrigatório, considerando especialmente o estigma e a marginalização.
Lembrando: eventos com potencial traumático, especialmente os de violência sexual são a causas dos quadros mais graves de TEPT.