TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Mais conhecido por sua sigla TEPT, o diagnóstico Transtorno de Estresse Pós-Traumático foi criado em 1980 por psiquiatras e psicoterapeutas americanos com especialidade no tratamento de combatentes de conflitos armados. A Guerra do Vietnã, ainda muito recente para aquele período e muitos soldados que voltaram apresentavam sérios quadros psiquiátricos que na maioria das vezes se tornava crônico. Nesta mesma época, meados da década de 1970 fazia-se revisão do DSM, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, em sua terceira versão.

O quadro que ficou designado como TEPT, antes designado como Neurose de Guerra, mas muitas vezes também chamado de reação de ajustamento se transformou em um diagnóstico que compreendia as reações patológicas à experiência traumática, especialmente a de guerra.

Nesses quarenta anos muita coisa mudou. Os estudos, achados científicos e a vasta experiência clínica com o TEPT indicam que este diagnóstico, muito além das experiências com as guerras pode também ser utilizado para todas as pessoas que passam por experiências traumáticas. Atualmente estas são denominadas como aquelas que um indivíduo passa como vítima ou testemunha de uma proximidade da morte.

Violência interpessoal, violência urbana, desastres e catástrofes naturais ou provocados pelo homem, além das vivências mais comuns em nosso cotidiano como o bullying, vários tipos de assédio e especialmente a violência sexual podem causar o quadro de TEPT.

A doença tem sido cada vez mais bem descrita e seus quadros bem delineados, o que facilita o atendimento e o tratamento. Mas muito ainda deve ser feito para que este quadro seja melhor compreendido e utilizado de forma universal para o tratamento e também para medidas preventivas eficazes.

José Paulo Fiks.