TRAUMA CULTURAL E DESIGUALDADES EM SAÚDE
Por Gabriela Dircksen
Esta semana está em discussão nas mídias sociais sobre a proibição de grupos políticos nacionalistas, após a repercussão de um programa de podcast no qual foi comentado que grupos nazistas deveriam ter sua liberdade para existência. São vários os pontos a serem discutidos, mas dentro da área da saúde podemos pensar na repercussão do que situações extremistas e de opressão, como o nazismo, podem ter gerado em população de minorias. Dentro disso, é interessante discutirmos TRAUMA CULTURAL E DESIGUALDADES EM SAÚDE.
Cultura é um desorganizado e expansivo conjunto de materiais e conceitos simbólicos, tais como, crenças, atitudes, normas, práticas, instituições e políticas, que são compartilhados por uma particular nação ou grupo social. E ela é dinâmica e resiliente, se adaptando reflexamente ao ambiente inserido, por exemplo, a migração e opressão.
Por sua vez, o trauma cultural é quando os membros da cultura sentem que foram submetidos a um evento terrível que deixa traços que não podem ser apagados da consciência coletiva, transformando a identidade cultural de forma fundamental e irrevogável. Podemos citar aqui, por exemplo, o holocausto e a opressão de povos originários.
E, segundo, Link e Subica (2022), autores do tema, a cultura é uma forma de proteção à saúde, por ser algo estruturador do indivíduo. Caso algo a atinja, como o trauma cultural, esta estruturação pode se perder, desprotegendo o indivíduo tornando-o suscetível a desigualdades em saúde.
Exemplo importante, são dos povos originários brasileiros, que foram oprimidos há anos, mantém-se oprimidos dentro de reservas e que por fim levam a altas taxas de transtornos mentais e orgânicos.